Translate

quarta-feira, 15 de julho de 2015

considerações sobre a Justiça e um texto um dos melhores de Nietzsche


relembro Lacan "você pode saber o que disse, mas nunca o que o outro escutou"

... parece-me falarmos a mesma língua, mas menos o mesmo código e a mesma cultura... os seus livros e os seus autores foram outros!, por isso dificilmente olharemos para o mesmo, e quando estivermos a olhar para mesmo dificilmente veremos o mesmo!
... eu com os meus conceitos e preconceitos e você com os seus! os meus são fruto mais das minhas leituras autodidactas do que me foi servido à mesa pronto a comer; dos seus você saberá...
... aproveito o ensejo de ler a frase "se ficar provado que não houve manipulação, pressão ou chantagem da professora" para lhe mostrar o quanto somos diferentes nos preconceitos - eu não acredito que o que fica provado, possa ser a verdade!, pode dizer é que é um preconceito, admito que seja! porém se acredita no inverso, que o que fica provado é a verdade, esse seu acreditar é-o também, um preconceito! Você acredita na equidade dos homens da Justiça, eu não!,
Quando a verdade depende da interpretação correta da prova, esta tem que ser pura!!, mas se sabemos o quão difícil é manter e conservar a pureza e o quão fácil é viciar e adulterar qualquer prova, o quão fácil é manuseá-la, ainda mais quando é prova testemunhal, enfim é uma verdadeira hipocrisia acreditar neste modelo de Justiça!... Você talvez não saiba!, por isso lhe pergunto: onde ou em que lugar no mundo se mente mais? Adivinha? Não se espante! É nos Tribunais!, e não só porque o dinheiro fale mais alto, essa é só uma das razões! é que para falar com verdade é necessário muita inteligência e racionalidade, ora a maior parte das pessoas são ignorantes e de diminuta
inteligência, a ponto de mentirem sem mesmo o saberem! – já nem falo da mentira subtil, que sempre é favorecida em relação à verdade, por ser mais fácil enganar uma pessoa do que convencê-la depois que foi enganada! - a palavra é dúbia e nós nunca sabemos de que modo é ouvida e interpretada.
 -
“Onde reside o maior perigo de todo o futuro humano? Não é nos bons e

nos justos, nos que dizem e sentem no seu coração: «Nós sabemos desde já o que é bom e justo, e possuímo-lo também; desgraçados dos que ainda procuram?»
E qualquer que seja o mal que os maus possam fazer, o mal feito pelos bons é o pior dos males.
(…) Ó irmãos, o homem que sondou até ao fundo dos corações dos bons e dos
justos foi o que disse: «São fariseus». Foi ouvido mas não o compreenderam! 
Os bons e justos não o podiam compreender; a sua inteligência está presa da
certeza da sua boa consciência!(…) Mas na verdade os bons são necessariamente fariseus – não têm escolha.
Os bons crucificam necessariamente o que inventa, para seu próprio uso, a sua
própria virtude. Mas o segundo que explorou o país, o coração e o domínio dos
bons e dos justos, foi aquele que disse: «quem é que eles odeiam mais?»
Aquele a quem estes odeiam mais, é o criador, aquele que quebra as tábuas e os valores antigos; a este destruidor chamam de criminoso.
Os bons, com efeito, são incapazes de criar; são sempre o princípio do fim.
Eles os bons crucificam aquele que vem gravar valores novos sobre novas tábuas, eles sacrificam a si próprios o futuro, eles crucificam todo o futuro dos
homens!”