Nada é definitivo e na vida talvez apenas e só o sentimento, esse amor que constantemente lembramos na dor da ausência prolongada. Sofremos é um facto. Revisitam-nos recordações que sabemos não poder reviver. Gostaríamos que a vida tivesse sido diferente, que nunca houvéssemos perdido as pessoas que amámos - o prazer carnal da sua companhia - e concluímos que tudo mudou, menos o amor, que sentíamos, que julgávamos perdido, encoberto por outros amores e pelas atribulações da vida… Ainda hoje me recordo de cada peito de cada mamilo de cada nádega que beijei, deles agora tenho as lágrimas... morre-me o desejo, lenta imperceptivelmente... cada ano que passa, decai do seu trono de rei soberano da vida...
Nada é definitivo nem mesmo o futuro, pensamo-lo, antevíamo-lo e ele atraiçoa-nos, ou oferece-nos o que não esperávamos. Aconteceu a um amigo. Nas noites de copos desencantou uma beleza de mulher com uma cintura de vespa e umas ancas de Deusa e vai dai por artes de mágica conhece-la, beija-a assim como quem não quer e quase sem saber como descobre onde vive e com quem, com uma outra amiga. Voltou tarde nessa noite para casa. Subiu as escadas que dão acesso à casa onde vive, que é a dos pais, e já no quarto deixou-se cair de costas na cama. Em quem pensava ele? Nela. Imaginava-a nos seus braços e para assim a ter planeara oferecer-lhe um ramo de flores…- Serão rosas! Amanhã compro-as na florista! - enquanto assim pensava, o sono e a sensação de felicidade anulavam-se mutuamente - e mal o sono o adormecia deixava de sentir-se a flutuar. A felicidade que o abandonara meses e anos dormia agora com ele. Dormia que nem um anjo para horas depois acordar como adormecera, apaixonado. Correu para o banheiro com as pestanas coladas de remela, e enquanto durou o duche cantou Paulo Gonzo - Sei de cor cada traço do teu rosto, cada sombra da tua voz e cada silencio, cada gesto que tu faças, meu amor sei-te de cor…
Já ia ele na rua quando o encontrei, contou-me o que lhe acontecera. Uma das suas mãos agarrava um arranjo de rosas…- Onde vais com essas rosas?- Vou oferecê-las…
ele próprio confessou-me sentir curiosidade (talvez admiração) por este vosso alexnietzsche por nos meus momentos de euforia ouvira dizer-lhe - Serei o Dostoivesky português… um dia ouvi-o declamar uns versos muito belos... era leitor de Beckett e elogiava o À Espera de Godot... ouvia música Clássica e lia Literatura… depois quando ingressado nos quadros dos inspectores de P.J. começou a frequentar o ginásio de musculação... trocou os poemas declamados às donzelas por uma Tshirt justa ... mas avancemos... ao tempo a que reporta esta história era ela ainda magro... e como semanas depois me contou: com um ramo de rosas na mão tocou à campainha... quem lhe abriu a porta foi a amiga... - façamos aqui um parêntesis – a amiga não era nada de especial – devia a sua beleza à juventude e um longo cabelo preto até ao meio das costas - poderia dizer-se que era bonita como a maioria das jovens elegantes da sua idade - perdia muito em beleza para a amiga Deusa mas ganhava-lhe em simpatia – esta reconheceu-o e acolheu-o entusiasticamente, como se as rosas fossem para ela.– São para mim? - perguntou-lhe. Não eram, mas sem saber como e porquê, ele disse: - São! - mais tarde pensava «Haverei de comprar outras para a outra. Enganava-se. Não voltou a comprar outras flores… As flores passou-lhas para as mãos. Sorriram-lhe os olhos de felicidade, o destino acabara de oferecer-lhe umas rosas que não lhe estavam destinadas, e a ele uma namorada que prontamente aceitou não antes de se beijarem, não antes de haverem feito amor... sem perda de tempo ,nesse mesmo dia...
ele próprio confessou-me sentir curiosidade (talvez admiração) por este vosso alexnietzsche por nos meus momentos de euforia ouvira dizer-lhe - Serei o Dostoivesky português… um dia ouvi-o declamar uns versos muito belos... era leitor de Beckett e elogiava o À Espera de Godot... ouvia música Clássica e lia Literatura… depois quando ingressado nos quadros dos inspectores de P.J. começou a frequentar o ginásio de musculação... trocou os poemas declamados às donzelas por uma Tshirt justa ... mas avancemos... ao tempo a que reporta esta história era ela ainda magro... e como semanas depois me contou: com um ramo de rosas na mão tocou à campainha... quem lhe abriu a porta foi a amiga... - façamos aqui um parêntesis – a amiga não era nada de especial – devia a sua beleza à juventude e um longo cabelo preto até ao meio das costas - poderia dizer-se que era bonita como a maioria das jovens elegantes da sua idade - perdia muito em beleza para a amiga Deusa mas ganhava-lhe em simpatia – esta reconheceu-o e acolheu-o entusiasticamente, como se as rosas fossem para ela.– São para mim? - perguntou-lhe. Não eram, mas sem saber como e porquê, ele disse: - São! - mais tarde pensava «Haverei de comprar outras para a outra. Enganava-se. Não voltou a comprar outras flores… As flores passou-lhas para as mãos. Sorriram-lhe os olhos de felicidade, o destino acabara de oferecer-lhe umas rosas que não lhe estavam destinadas, e a ele uma namorada que prontamente aceitou não antes de se beijarem, não antes de haverem feito amor... sem perda de tempo ,nesse mesmo dia...
a pressa justificava-a com a frase: nada nos está assegurado, nem mesmo o futuro...
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