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quinta-feira, 15 de abril de 2010

sobre a existência e a mudança

...deve haver palavras para a vida dos sentimentos decorrer como desejaríamos, ajudando-nos a adaptar-nos às incontornáveis mudanças; porém acontece que a nossa capacidade de leitura e interpretação dos sinais, revelados nas palavras e nos actos de terceiros para connosco, quando não são conforme à nossa vontade sofrem quase sempre uma distorção. Vemos e acreditamos o que já ninguém vê nem acredita. Queremos poupar-nos às mudanças incómodas que se exigem para com a verdadeira realidade, agarrando-nos à esperança de que tudo mude! Ora sabemos que para que tudo mude a solução passa exactamente por fazermos algo, porém, alienados, deixamo-nos como estamos esperançados que tudo vá mudar consentido que tudo fique na mesma…
Sem dúvida a felicidade do passado - quando a houve - aliada ao desejo da prolongarmos – sob o medo da perdemos – deve exercer sobre nós um grande domínio, uma grande dependência – a pontos de nos fecharmos quer para o mundo quer para o futuro – como se deles nada mais houvesse – julgam algumas pessoas assim porque pensam a ideia de futuro somente como uma continuação da vida do presente (do que resta dela). Mas os que não acreditam mais no passado, aspiram a, sofrem de, um desejo vital de uma nova vida…
dizer que tudo isto - pensar nas muitas mudanças a que a vida dos sentimentos obriga para depois se agir - não está intimamente ligado à liberdade que o nosso pequeno pecúlio nos possibilita é falso.

1 comentário:

  1. "...para nos poupar às mudanças incómodas que se exigem para com a verdadeira realidade; é por essa razão que persistimos no erro de adiar, agarrando-nos à esperança de que tudo mude!(...)"

    Perfeito!!! É isso mesmo, não queremos sair da "zona de conforto", pq é tão difícil encontrar alento e aconchego e qdo o temos não queremos perder por nada, ainda que, percamos a nossa paz, a liberdade e a verdadeira felicidade. De algum modo, somos escravos de nossas vontades, elas, às vezes, personificadas em seres difíceis de serem compreendidos, conquistados, mas fáceis de serem plenamente amados.

    Bem, só sei q nada muda, se nós não mudamos... mas para isso é preciso reconhecer as nossas fragilidades e virtudes... seguir um novo rumo, sem olhar para trás, isso dói... fere demais, mas "o q não mata fortalece"... do q adiantaria viver apenas para remoer velhos momentos, atormentar a mente e fechar o coração para o novo que há dentro de nós??? Isso não muda a situação. O que foi vivivo foi maravilhoso... mas infelizmente não volta conforme a nossa vontade, o tempo cura (se assim desejarmos)... o tempo mata (se assim permitirmos)... a vida segue... e há felicidade a frente, o importante é manter os olhos e o coração bem abertos.

    Incrível esse texto! E por mais q pareça uma análise dele, confesso q se trata de uma análise da minha vida q tomou um novo caminho há apenas 2 semanas... as dores já não me maltratam e as lembranças começam a me causar motivo de riso... td é aprendizado, td é transitório, a vida corre, não consigo mais me permitir perder tempo com quem não quer perdê-lo comigo (Garcia Marquez me ensinou).

    Deliberações de um Girasol

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