… 1 ano-luz designa uma medida - vai do ponto inicial de onde a luz parte até ao ponto último onde chega, decorrido a viagem de 1 ano. Para calcular quanto Kms a luz percorre em 1 ano, é preciso multiplicar o número dos segundos de 1 ano (60seg x 60min x 24horas x 365,25dias) pela velocidade da luz , (299792Kms/s). Estima-se assim que 1 ano-luz meça 9 460 000 000 000 Km. Se aceitarmos que a luz do nosso Sol nos chega com 8 minutos de atraso, facilmente calculamos a sua distância à Terra, 60seg x 8min x 299792Kms/s, isto totaliza 143900160 Kms.
1 ano-luz luz mede 65740 vezes a distância que nos separa do Sol.
Mas estes números que nos parecem grandes são de facto pequenos à gigantesca escala do Universo. Até ao ano de 1924 a comunidade astronómica acreditava num Universo que continha uma galáxia única, a nossa Via Láctea. Através de medições, equações e cálculos Shapley medira aproximadamente a galáxia num diâmetro de 100 mil anos-luz. E como não se avistava pelos Telescópios matéria fora da nossa galáxia acreditavam os astrónomos que o Homem havia conseguido medir o Universo – o qual abarcava no fundo pouco mais que o diâmetro da nossa galáxia, 100 mil anos-luz.
Aconteceu porém que, numa noite de 1923 de má visibilidade, um dos mais importantes astrónomos do Séc. XX, Edwin Hubble fotografou com o telescópio Hooker apontado para a nebulosa de Andrómeda um ponto tão luminoso que o intrigou, designou-o por N, a inicial de Nova. No dia seguinte com melhor visibilidade fotografou aquele diminuto cantinho do Universo de novo, conseguindo uma imagem de muito melhor qualidade. Desta vez viu mais duas estrelas Novas, mas depois de observar atentamente notou que uma delas era uma variável cefeide. E logo na nebulosa de Andrómeda. Era um achado. As cefeides permitem aos astrónomos medir distâncias. Agora Edwin Hubble podia saber a que distância estava a nebulosa de Andrómeda. O resultado foi inacreditável, estava a 900 mil anos-luz. Àquela distância Andrómeda adquiria o direito de não ser mais vista como uma nebulosa da Via Láctea – ela estava tão distante – e ainda assim era tão incrivelmente brilhante – porque era visível a olho nu – que tanto brilho só poderia provir de um sistema com centenas de milhões de estrelas – Andrómeda era afinal uma galáxia distinta tão magnífica quanto a nossa Via Láctea. De um Universo de aproximadamente 100 mil anos-luz passámos em 1923 para um 9 vezes maior; hoje com o uso de uma tecnologia menos rudimentar a escala do universo aumentou, descobriram-se galáxias a milhares de milhões anos-luz de distância.
Numa noite de céu limpo se evitarmos a poluição luminosa poderemos ver e dizer - o Universo é feito de estrelas brilhantes! – na verdade enganamo-nos. As estrelas estão tão distantes umas das outras que infinitamente maior que elas são os gigantescos vazios que as separam. O que predomina no Cosmos é o vasto e frio vácuo Universal, a noite eterna num espaço tão desoladamente aterrador, que comparativamente, os planetas e as estrelas, até os mais inóspitos e as mais distantes, nos parecem dolorosamente raros e encantadores.
… Os leitores sabem, sem precisar de ver, só pelo som que faz um carro a passar se ele se aproxima de vós ou se ao invés se afasta. Primeiro ouve-se um som cada vez mais agudo ao aproximar-se e depois quando já se afasta um som cada vez mais grave. As ondas sonoras são comprimidas no tempo pelo facto da fonte da sua origem (o carro) se aproximar, e quando o carro se afasta as mesmas ondas sonoras chegam-nos mais desfasadas, separadas por maiores intervalos de tempo. Este efeito é notório nas ondas sonoras, na sirene de uma ambulância que se aproxima, num carro de Formula 1, e nas ondas de luz como é? Se em vez de um carro fosse uma estrela a afastar-se de nós a sua luz não se alteraria pelo facto da sua fonte, a estrela, se afastar? Sabe-se hoje que sim, sofre um desvio para o vermelho. É o efeito de Doppler.
A equação deduzida por Doppler – depois aperfeiçoada - permite calcular quer a velocidade do emissor quer o comprimento de onda, uma vez que a primeira altera a segunda. Uma aplicação desta equação serve para um agente depois de disparar com o aparelho um feixe de ondas de rádio com um comprimento y - que regressará alterado - saber com precisão a velocidade do carro, - quanto maior o desvio maior a multa!
Aliás, houve até um astrónomo, que deu um inusitado uso à lei de Doppler; tentou ludibriar um polícia dizendo que não viu o vermelho, devido ao efeito de Doppler, explicando-lhe que, por se estar a aproximar, o sinal vermelho sofrera um desvio para o azul esverdeado. O agente acreditou e rasgou-lhe a multa por desobediência à sinalização, porém não o deixou ir embora impune, puxou da caneta e autuou-o, por excesso de velocidade.
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