…ele acordava muitas horas antes da hora costumada. A avó comentava para os pais: o meu neto anda triste!
… a razão da sua tristeza chegara-lhe por telefone pela voz da namorada… uma notícia, um acontecimento de todo indesejável!... um acto leviano perpetrado pela própria com o ex dela…
… sem anticorpos para aquela visão – o prazer dela com outro – sofreu para burro! – nos primeiros dias e nos seguintes - sem saber como se livrar da angústia…
… depois do acumular de algumas noites de mau sono, a angústia começara a notar-se mais; ainda assim preferia caminhar pelas calçadas moendo e remoendo a dor do seu enorme desgosto a deixar-se ficar em casa…
… no decurso de um desses passeios solitários avistou um artista conhecido. O cantor ribatejano Pedro Barroso. Estava sentado a uma mesa na esplanada dum restaurante com a sua cara-metade, a comer ostras. Dirigiu-se-lhe, cumprimentou-o. Mas sem conseguir esconder o seu estado de espírito, começou a lamentar-se, confessando-lhe a razão da sua enorme tristeza…
Vendo-o tão triste e pesaroso! o cantor disse-lhe num tom de reprovação…
- O seu comportamento, assim, é um insulto à vida!
Ouvir-lhe dizer aquelas palavras fizera-lhe bem, mas não o curaram; a dor de corno perturbava-lhe o sono como uma dor de dentes – o corno estava cariado e doía fundo na raiz. O abcesso deformara-lhe o espírito - tornar-se alguém que não conhecia, um estranho para si mesmo. Sofria! Chegou mesmo a cogitar num acto de vingança, que não seguiu por o associar a feitos vergonhosos de gente insana e fraca de espírito; apesar de sentir-se como um demente não se considerava um.
… a razão da sua tristeza chegara-lhe por telefone pela voz da namorada… uma notícia, um acontecimento de todo indesejável!... um acto leviano perpetrado pela própria com o ex dela…
… sem anticorpos para aquela visão – o prazer dela com outro – sofreu para burro! – nos primeiros dias e nos seguintes - sem saber como se livrar da angústia…
… depois do acumular de algumas noites de mau sono, a angústia começara a notar-se mais; ainda assim preferia caminhar pelas calçadas moendo e remoendo a dor do seu enorme desgosto a deixar-se ficar em casa…
… no decurso de um desses passeios solitários avistou um artista conhecido. O cantor ribatejano Pedro Barroso. Estava sentado a uma mesa na esplanada dum restaurante com a sua cara-metade, a comer ostras. Dirigiu-se-lhe, cumprimentou-o. Mas sem conseguir esconder o seu estado de espírito, começou a lamentar-se, confessando-lhe a razão da sua enorme tristeza…
Vendo-o tão triste e pesaroso! o cantor disse-lhe num tom de reprovação…
- O seu comportamento, assim, é um insulto à vida!
Ouvir-lhe dizer aquelas palavras fizera-lhe bem, mas não o curaram; a dor de corno perturbava-lhe o sono como uma dor de dentes – o corno estava cariado e doía fundo na raiz. O abcesso deformara-lhe o espírito - tornar-se alguém que não conhecia, um estranho para si mesmo. Sofria! Chegou mesmo a cogitar num acto de vingança, que não seguiu por o associar a feitos vergonhosos de gente insana e fraca de espírito; apesar de sentir-se como um demente não se considerava um.
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